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Na empresa científica Solvay, as ambições circulares são consideradas fundamentais para que a empresa cumpra sua estratégia de sustentabilidade, One Planet. O plano, ambicioso, traça a rota para que a Solvay alcance uma redução de 26% nas emissões (com um recente compromisso alinhado à iniciativa Science Based Targets) e de 30% na pressão que exerce sobre a biodiversidade até 2030.
A maioria das pessoas não sabe quando entra em contato com um produto que passou por algum processo ou incorpora algum material da Solvay. No entanto, todos os dias quase todos no mundo são beneficiados de alguma forma pela influência invisível da empresa. Com seu trabalho, a Solvay afeta inúmeras áreas de trabalho e esferas da vida doméstica, incluindo alimentos e bens de consumo, aviões, carros, baterias, dispositivos inteligentes, equipamentos de saúde e sistemas de purificação de água e ar.
A Solvay faz parte da indústria química, que desempenha um papel indispensável na economia moderna, convertendo matérias-primas em materiais e compostos. Só na Europa, o setor abrange mais de 30 mil empresas que empregam mais de um milhão de funcionários qualificados e têm juntas um faturamento de EUR 500 bilhões.
“Para resumir: sem química, não há recuperação verde e circular.”
Kerstin Jorna, Diretora-Geral da Comissão Europeia
Como a Solvay está se tornando uma empresa circular
A química e os materiais da Solvay fornecem matérias-primas para milhares de outras empresas, muitas das quais estão na vanguarda das principais megatendências atuais, incluindo eletrificação, saúde, eficiência de recursos e Internet das Coisas.
Ao ocupar uma posição-chave em tantas cadeias de valor, a Solvay pode ser uma influência poderosa para estimular a economia circular em outras empresas, habilitando-as a criar novas formas de valor ao mesmo tempo em que enfrentam desafios globais.
A Solvay desempenha um papel fundamental em quatro áreas circulares principais:
Inovação de materiais - valorizando fluxos de resíduos de mercados estratégicos, transformado-os em matérias-primas de valor agregado.
Reciclagem - desenvolvendo novos processos para melhorar a qualidade do material reciclado.
Design de produto - desenvolvendo produtos químicos circulares, garantindo que sejam seguros para circular.
Serviços circulares - transformando o mercado por meio de novos modelos de negócios para produtos químicos.
Na Solvay, as ambições circulares são consideradas fundamentais para que a empresa cumpra sua estratégia de sustentabilidade, One Planet. O plano, ambicioso, traça a rota para que a Solvay alcance uma redução de 26% nas emissões (com um recente compromisso alinhado à iniciativa Science Based Targets) e de 30% na pressão que a empresa exerce sobre a biodiversidade até 2030. Para atingir essas ambições, foi definido um outro subconjunto de metas, incluindo dois objetivos claros: ter 15% dos lucros totais da empresa provenientes de produtos renováveis e reciclados e reduzir em 30% os resíduos industriais não recuperáveis.
Exemplos de projetos circulares da Solvay
Uma cadeia de valor de base biológica para materiais seguros e circulares
Nem todos os materiais são adequados para uma economia circular. Alguns contêm produtos químicos perigosos para os seres humanos e para o meio ambiente. São produtos necessários para garantir desempenho, como flexibilidade ou durabilidade, mas, uma vez terminado o período de uso do produto, esses mesmos produtos químicos apresentam desafios para processos seguros de recuperação e reciclagem.
Os solventes são um bom exemplo. Trata-se de uma vasta família de líquidos que servem de suporte para detergentes, tintas e perfumes, entre diversos outros produtos. Historicamente, os solventes, assim como outros produtos químicos, são obtidos a partir de recursos finitos, como o petróleo bruto. Diante disso, além de aumentar a segurança de sua química, a Solvay também busca substituir insumos à base de petróleo por matérias-primas renováveis de base biológica.
Um complexo industrial no Brasil mostra como essas duas vertentes se unem. Em outubro de 2020, a Solvay inaugurou sua segunda fábrica dedicada à produção de Augeo, uma linha de solventes não tóxicos de base biológica, fornecendo uma alternativa circular para as indústrias de tratamento de superfícies e revestimentos. A principal matéria-prima da Augeo é o glicerol, um composto natural derivado de gorduras animais ou vegetais.
A inovação química por si só não produzirá uma indústria química circular. O preço é um problema real quando se considera uma mudança para materiais de base biológica. Como observa Isabelle Gubelmann-Bonneau, vice-presidente de economia circular da Solvay:
“A cadeia de valor baseada em derivados de petróleo está bem estabelecida; agora é uma questão de tornar competitiva a cadeia de valor de base biológica. Uma colaboração sistêmica para transformar as cadeias de valor pode ser uma solução a ser explorada.”
Um ecossistema de valor circular para baterias de veículos elétricos
A substituição em larga escala de veículos com motores de combustão de combustíveis fósseis por veículos elétricos (VEs) é um requisito fundamental para alcançar as metas climáticas do Acordo de Paris.
No entanto, aumentar o número de VEs nas ruas por si só não será suficiente para reduzir as emissões. Para atingir todo o seu potencial de mitigação climática, os veículos elétricos também precisam ser carregados com energia limpa – e, principalmente, os materiais e componentes usados para fabricá-los devem ser gerenciados de maneira circular. Isso implica prolongar a vida útil dos veículos, bem como de seus componentes e materiais, a fim de conservar a energia e os recursos incorporados e evitar a extração e processamento intensivo de matérias-primas virgens. A criação de um sistema mais circular para baterias de VEs é uma etapa importante desse desafio.
As baterias representam cerca de 25% do peso total de um veículo e possuem uma composição de material altamente complexa. Durante centenas de ciclos de carregamento, a bateria passa por um processo gradual de degradação, até que não possa mais ser usada. Quando isso acontece, é extremamente difícil recuperar os materiais valiosos com os quais as baterias são fabricadas, devido à sua montagem altamente complexa. A reciclagem de determinados materiais de baterias já existe, em alguma medida, há anos – é o caso, por exemplo, do plástico, alumínio e cobre usados no invólucro. No entanto, a reciclagem dos metais tecnológicos mais raros e valiosos ainda não foi ampliada.
Para enfrentar esse desafio, a Solvay se juntou à Veolia e à Renault para estabelecer um consórcio de fabricantes de automóveis e produtores de baterias de veículos elétricos. O objetivo geral é coordenar, colaborar e alavancar a respectiva competência em toda a cadeia de valor das baterias, a fim de fechar o ciclo de material das baterias de VEs.
O papel específico da Solvay nesse consórcio é ampliar processos químicos inovadores que extraem e purificam metais como cobalto, níquel e lítio a partir dos materiais de baterias fatiados fornecidos pela Veolia. Os processos da Solvay transformarão essa “massa bruta” heterogênea em metais de alta qualidade que serão reutilizados para fabricar novas baterias, em teoria permitindo um ciclo infinito no qual as baterias antigas se tornam a matéria-prima para as novas.