Uma plataforma global de revenda ponto a ponto para designers de moda: Vestiaire Collective
Colocando itens que não usamos mais novamente em circulação.
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A Circos criou um modelo de assinatura para roupas de bebês e gestantes por meio do qual os membros pagam uma taxa mensal e têm acesso a diversas peças de alta qualidade, de diferentes marcas, entregues em casa.
Nos primeiros dois anos de vida, uma criança precisa, em média, de 280 peças de roupa, mas a maioria das peças são usadas apenas por cerca de dois ou três meses. Como resultado, uma grande quantidade de roupas infantis acaba em aterros sanitários, perdendo valor e gerando impactos ambientais adversos.
A Circos introduziu um modelo de assinatura para roupas de bebês e gestantes por meio do qual os membros pagam uma taxa mensal e têm acesso a diversas peças de alta qualidade, de diferentes marcas, entregues em casa.
As roupas são devolvidas quando ficam pequenas para as crianças; após a devolução, as peças são limpas e podem ser reutilizadas. Itens usados também podem ser reciclados e transformados em uma nova peça.
O impacto ambiental e o uso de recursos associados ao vestuário infantil são reduzidos. E as marcas do nicho são incentivadas a fabricar peças de maior qualidade e durabilidade, uma vez que podem aumentar seus lucros por meio de vários ciclos de reutilização.
Cada vez mais, as roupas são vistas como itens descartáveis, e as peças são descartadas cada vez mais cedo, às vezes depois de apenas sete a dez usos. Globalmente, a taxa de utilização das roupas diminuiu 36% nos últimos 15 anos (Ellen MacArthur Foundation (EMF), 2018). No entanto, no mesmo período, a produção de roupas dobrou.
Os estilos, hoje, duram menos, as marcas lançam mais coleções por ano e, muitas vezes, as roupas são vendidas a preços mais baixos. Todos esses fatores contribuem para que as peças sejam menos valorizadas pelos clientes e, com isso, vistas como descartáveis.
A indústria do vestuário emprega milhões de pessoas ao longo de sua cadeia de valor. O sistema atual, porém, apresenta uma série de custos sociais e ambientais, associados a riscos de reputação para as marcas. Enquanto os países de baixa renda tendem a manter as roupas em uso por mais tempo, em países como os Estados Unidos as peças em geral são usadas por apenas cerca de um quarto do tempo médio de uso global. Como resultado, grandes quantidades de roupas não são usadas, são descartadas porque não servem mais ou são substituídas pela tendência mais recente. A demanda crescente por itens novos e de reposição pressiona os trabalhadores ao longo da cadeia de valor do setor. As pessoas podem ser obrigadas a trabalhar com prazos de entrega mais curtos e preços mais baixos para o consumidor final, com consequências ambientais e sociais adversas.
O relatório Nova Economia dos Têxteis (New Textiles Economy, Fundação Ellen MacArthur, 2018, disponível em inglês) traz dados alarmantes sobre o desperdício e a poluição gerados pela indústria da moda. No momento em que você terminar de ler esta frase, por exemplo, o equivalente a cerca de 4 a 5 caminhões de resíduos de têxteis terão sido incinerados ou enviados para aterros sanitários. As emissões anuais de gases de efeito estufa da indústria têxtil excedem as de todos os voos internacionais e de todos os transportes marítimos juntos. Esses são apenas dois aspectos de um sistema linear e esbanjador que precisa mudar.
As vantagens de redesenhar o sistema atual não são apenas sociais e ambientais. Ao adotar um modelo de negócios de economia circular, a indústria também tem a oportunidade de criar novas formas de valor a partir dos USD 100 bilhões em materiais atualmente perdidos todos os anos no sistema linear. A transição também permite reduzir o custo com aterros e melhorar a reputação das marcas como fabricantes responsáveis.
Erick Bouwer é proprietário de uma empresa de moda que adotou um modelo de negócios mais circular. Especialista em modelos de precificação e pai de dois filhos, ele fundou a Circos em 2019 como uma alternativa sustentável e acessível para comprar roupas infantis e de gestantes.
Erick explica: “Nos primeiros dois anos de vida de uma criança, os pais compram em média 280 peças de roupa, a maioria das quais é usada apenas por dois ou três meses. Como alternativa circular, oferecemos um serviço de assinatura de roupas que acompanha o crescimento do seu filho.”
Os pais escolhem um pacote de assinatura mensal montado a partir de uma seleção de mais de 500 itens no site da Circos, que abrange várias marcas diferentes. A empresa oferece opções de pacote de 12 a 24 peças por mês, representando de 40% a 100% das necessidades de vestuário da criança. Quando a criança cresce e as roupas não servem mais, os pais simplesmente trocam pela próxima coleção, com peças em tamanho maior. As roupas são entregues em casa, em uma sacola reutilizável e compostável.
O embasamento para o modelo de negócios da Circos é o fato de que, em geral, uma criança cresce até oito tamanhos nos primeiros dois anos de vida. Diante disso, adquirir as roupas por meio de um serviço de assinatura (em detrimento da compra) faz sentido em diferentes aspectos: economiza tempo, espaço e dinheiro, além de ser uma maneira conveniente de ter acesso a peças de alta qualidade e bem ajustadas.
Uma Avaliação do Ciclo de Vida da consultoria dinamarquesa PlanMiljø mostra que os clientes da Circos economizam, em média, 242 litros de água, 270 gramas de algodão e 6,14 quilos de CO2 por mês em comparação aos pais que compram todas as roupas de seus filhos.
A Circos permite que marcas como a Patagonia aumentem sua circularidade
Por meio de colaborações com marcas como Adidas, Patagonia e Arket, a Circos ajuda outras empresas no caminho em direção à circularidade. Como explica Erick Bouwer: “Queremos alcançar o oposto do modelo de negócios da fast fashion (moda rápida). Em vez de estimular a produção de grandes quantidades de peças de baixa qualidade, que são rapidamente descartadas, queremos estimular as marcas a voltarem a produzir roupas de alta qualidade – roupas que duram mais, são usadas por mais pessoas e geram mais dinheiro por meio de modelos de assinatura.”
Com a Circos, as marcas têm a oportunidade de experimentar esse novo modelo de negócios circular por conta própria, pegando carona em operações e infraestrutura técnica já estabelecidas. Como um bônus, a Circos também pode fornecer às marcas dados e insights sobre a experiência dos usuários e a sustentabilidade de seus produtos, a partir dos feedbacks contínuos que recebem dos assinantes.
Modelos de assinatura como o da Circos provam que as pessoas ainda podem ter acesso a roupas novas, que contemplem mudanças no corpo, no estilo ou na vida em geral, mas de uma forma que não gera desperdício ou poluição – atributos que estão rapidamente saindo de moda.
A Fundação Ellen MacArthur trabalha para acelerar a transição para uma economia circular. Desenvolvemos e promovemos a ideia da economia circular e trabalhamos em conjunto com empresas, universidades, formuladores de políticas e instituições para mobilizar soluções de sistemas em escala em todo o mundo.
Número de Registro da Instituição Filantrópica: 1130306
Número de Registro OSCR: SC043120
Número da Empresa: 6897785
Número ANBI RSIN da Fundação Ellen MacArthur: 8257 45 925
O trabalho da Fundação Ellen MacArthur conta com o apoio de Parceiros e Parceiros Estratégicos.