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“A transição para uma economia circular exige união e comprometimento para fazer as coisas de uma forma fundamentalmente diferente.”
Frans Van Houten, CEO da Philips
A Philips é uma empresa global de tecnologia da área da saúde, dedicada a melhorar a saúde das pessoas, atuando para promover desde uma vida mais saudável e prevenir doenças até a realização de diagnósticos, tratamentos e atendimentos domiciliares. Os produtos da Philips incluem equipamentos médicos de grande porte, como máquinas para realização de exames de imagem, bem como equipamentos médicos menores e produtos para cuidados domiciliares. Os serviços da Philips oferecem suporte a todo o espectro de atividades no setor de saúde. A empresa emprega mais de 80 mil funcionários e gera uma receita de EUR 19,5 bilhões com produtos e serviços vendidos em mais de 100 países.
As dimensões da empresa e a natureza de seus serviços e produtos colocam a Philips em uma posição privilegiada para liderar a transição para a economia circular no setor de saúde. A Philips tem trabalhado para incorporar os princípios da economia circular em todas as suas operações, desenvolvendo novos modelos de negócios para embasar a transição, como a oferta de produtos como serviço, esquemas de devolução e programas de atualizações e reformas.
Uma Philips circular
A ambição da Philips é desvincular seu crescimento do consumo de recursos finitos ao longo de toda a cadeia de valor da empresa. Para isso, a Philips tem adotado uma abordagem holística, incorporando a circularidade ao DNA da empresa, capacitando os funcionários e tornando seus produtos e soluções mais circulares. A Philips também faz parcerias com outras empresas para que, juntas, possam promover mudanças em larga escala.
Como resultados do aumento da circularidade,a Philips tem hoje um gerenciamento mais eficaz dos recursos de ponta a ponta, por meio do design de produtos e da inovação do modelo de negócios, e consegue aproveitar melhor o potencial das tecnologias digitais emergentes.
Como a Philips está fazendo uma transformação circular
Fechando o ciclo dos equipamentos
Os clientes podem trocar os equipamentos médicos, que então são reformados pela Philips. Esse processo começou a ser feito com grandes equipamentos hospitalares, como sistemas de ressonância magnética, e será estendido a equipamentos menores, como monitores de pacientes e ventiladores, ao longo dos próximos cinco anos.
Sistemas reformados
A qualidade dos equipamentos reformados é equivalente à de um novo, com garantia de desempenho. Os sistemas Philips Circular Edition, por exemplo, desempenham um papel fundamental na transição da empresa, pois prolongam a vida útil do hardware médico, reduzindo significativamente a demanda por matérias-primas virgens e as emissões de carbono.
Novos modelos de negócios
Ao fornecer equipamentos por meio de um contrato de serviço (em detrimento de uma transação unidirecional), a Philips mantém a propriedade e a responsabilidade pelo hardware, como no caso do programa Enterprise Monitoring as a Service.
Serviços de saúde mais inteligentes e conectados
Os produtos e serviços digitais podem reduzir as emissões e o uso de materiais, porque permitem, por exemplo, a interação remota entre pacientes e cuidadores. Também fazem com que os equipamentos durem mais por meio de atualizações e manutenção preventiva. Algoritmos e análises de decisões clínicas também podem fornecer insights personalizados e acionáveis.
Uma indústria com uso intenso de materiais
A tendência é de que a indústria global de saúde se expanda e evolua ao longo das próximas décadas. Essa mudança será impulsionada por uma série de fatores, como mudanças demográficas em mercados em desenvolvimento, avanços tecnológicos e melhor compreensão das causas de resultados positivos na saúde.
Em muitos aspectos, a prestação de cuidados de saúde faz um uso intensivo de recursos e gera grandes volumes de resíduos. Os hospitais, por exemplo, produzem aproximadamente 13 kg de resíduos por cama por dia, dos quais entre 15% e 25% são resíduos perigosos. E o sistema de saúde dos EUA desperdiça mais de USD 760 bilhões a cada ano em excesso de medicamentos, serviços desnecessários e prestação de cuidados ineficientes.
Nas próximas décadas, à medida que o setor passar a enfrentar tanto um aumento no número de pacientes quanto diversos desafios ambientais e sociais, a inovação circular pode ajudar a moldar soluções para melhorar a qualidade de vida e o acesso a tratamentos e, ao mesmo tempo, proteger os recursos do planeta.
Os benefícios de um sistema de saúde mais circular
A economia circular é baseada em três princípios, orientados pelo design: eliminar resíduos e poluição, manter produtos e materiais em uso e regenerar sistemas naturais.
A Philips acredita que os benefícios de uma economia circular também se estendem a seus clientes, uma vez que agregam mais valor e melhoram a qualidade e o desempenho de produtos e serviços.
Benefícios para os clientes
Adotar soluções circulares de saúde permite que os clientes da Philips alcancem suas próprias metas ESG e melhorem seus resultados.
Soluções baseadas em serviços
Oferecer soluções baseadas em serviços otimiza os investimentos dos clientes, amplia as funcionalidades e a vida útil dos equipamentos e aumenta o tempo de atividade por meio de serviços remotos.
Esquemas de troca
Esses esquemas capturam o valor dos sistemas antigos e garantem o gerenciamento responsável dos equipamentos no fim de sua vida útil, evitando que os resíduos acabem em aterros sanitários.
Sistemas reformados
Os clientes têm acesso a produtos e serviços de alta qualidade e alto desempenho a um preço acessível, diminuindo o impacto ambiental e a necessidade de uso de matérias-primas e possibilitando a ampliação das capacidades clínicas.
Soluções digitais
As tecnologias digitais podem melhorar o tempo de uso dos equipamentos – e o quanto podem ser usados –, possibilitando que mais pacientes sejam tratados por dia. Além disso, adotar a tecnologia baseada em nuvem pode reduzir o uso de materiais e energia e diminuir os custos operacionais.
Benefícios comerciais
A economia circular pode beneficiar a Philips melhorando seu desempenho financeiro de três formas:
Maior vantagem competitiva e criação de valor a longo prazo, à medida que mais clientes passam a considerar o impacto ambiental em suas decisões de compra.
Fidelização dos clientes e um relacionamento próximo, por meio, por exemplo, de ofertas de produtos como serviço, programas de devolução e esquemas de atualização.
Redução de custos para a empresa com a redução do uso de materiais.
“Trabalhar por um planeta saudável com pessoas saudáveis são dois lados da mesma moeda”
Harald Tepper, Líder do Programa de Economia Circular da Philips
Benefícios ambientais e sociais
As metas de economia circular e outros compromissos ESG da Philips apoiam pelo menos três Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU:
ODS 3: Vida saudável e promoção do bem-estar para todos, em todas as idades
ODS 12: Padrões sustentáveis de consumo e produção
ODS 13: Ação para combater as mudanças climáticas e seus impactos
Para medir os benefícios ambientais, a Philips incorporou a Análise do Ciclo de Vida como a espinha dorsal de seu processo EcoDesign. A análise determina o impacto ambiental em cada estágio da vida útil de um produto — desde a extração da matéria-prima, passando pela(s) fase(s) de uso até o descarte final e a reciclagem.
A digitalização permite que os recursos sejam utilizados de forma mais eficaz e ajuda a reduzir o uso de hardware, diminuindo as emissões de CO2.
A digitalização também facilita uma mudança mais rápida para sistemas de saúde mais abrangentes e inclusivos, aumentando o acesso aos tratamentos e contribuindo para a Cobertura Universal de Saúde. A Philips Lumify, uma máquina de ultrassom móvel que se conecta diretamente com dispositivos iOS ou Android do profissional de saúde (em vez de monitores de pacientes separados), é um exemplo de como a integração digital pode criar um sistema de saúde mais abrangente e acessível.
Para ilustrar o potencial da mudança para um sistema de saúde circular e digital:
a substituição de consultas presenciais por consultas de telemedicina resultou em cerca de 40 a 70 vezes menos emissões de carbono;
o armazenamento em nuvem reduziu os requisitos do servidor em 75% e pode gerar uma economia de energia de até 93%;
o uso mais inteligente e eficiente do software pode levar a uma redução de 30% a 90% no consumo de energia, além de diminuir o uso de materiais.
Dois importantes facilitadores da mudança da Philips em direção à circularidade
Estratégia e liderança
A jornada de transformação circular da Philips começou em 2012, um ano depois que Frans van Houten assumiu o cargo de CEO. Na primeira estratégia de cinco anos elaborada em sua gestão, ele deu um passo ousado: incorporar a economia circular na estratégia da Philips. A decisão foi embasada por uma lógica comercial visando maior competitividade, economia de custos e um relacionamento mais próximo com os clientes, bem como a necessidade de atuar de forma responsável frente aos impactos ambientais da empresa e consumo de recursos finitos.
Para estruturar sua estratégia de negócios de economia circular para 2016-2020, a Philips desenvolveu alguns KPIs circulares, aliados a um conjunto mais amplo de metas de sustentabilidade. A formalização desses KPIs e a meta de ter pelo menos 15% da receita proveniente de produtos e serviços circulares foram os principais mecanismos para garantir que a Philips avançasse em sua jornada de transformação circular. Além disso, a empresa é a primeira do mundo no setor de tecnologia de saúde a ter suas metas de emissão de CO2 aprovadas pela iniciativa Science Based Targets.
Em setembro de 2020, a Philips atualizou seus compromissos nos três eixos ESG – meio ambiente, social e governança – para orientar a execução da estratégia para o período 2021-2025 e apoiar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Analisando especificamente as metas de economia circular, até 2025 a Philips assumiu os seguintes compromissos:
atingir 25% das vendas provenientes de produtos, serviços e soluções circulares;
fechar o ciclo em todos os equipamentos médicos profissionais, incluindo o gerenciamento responsável dos produtos no fim de seu uso;
incorporar práticas circulares em todos as sedes e setores da empresa e evitar o envio de quaisquer resíduos para aterros sanitários.
Mudando a forma de pensar
Uma vez estabelecidas metas claras e a direção a seguir, a Philips começou a garantir que as principais partes interessadas, tanto internas quanto externas, estivessem totalmente incluídas no plano e equipadas com as habilidades e conhecimentos necessários para implementá-lo.
Aprofundar o envolvimento dos funcionários com a economia circular exigiu uma abordagem multifacetada:
aplicar técnicas de storytelling para apresentar o conceito de economia circular a diferentes públicos;
construir comunidades e criar hubs dedicados ao tema em diferentes departamentos e regiões para se conectarem a especialistas no assunto e ampliarem seus conhecimentos;
oferecer treinamentos específicos para públicos prioritários;
incorporar as melhores práticas e aprender com os pilotos nos principais processos, como roteiros estratégicos e diretrizes de design.
Os arquitetos de produtos e serviços da Philips são um exemplo de grupo prioritário. O treinamento desse grupo envolveu a ampliação do próprio conceito de design: pensar além de apenas custos e desempenho, para incluir critérios como eficiência energética, modularidade, possibilidade de atualizações e uso e reúso de substâncias e materiais.
Em outras palavras, projetar com todo o sistema em mente. Assim, critérios de design ecológico foram incorporados ao trabalho da Philips, incluindo requisitos de design circular específicos para diferentes categorias de produtos.
Para apoiar a capacitação interna em toda a organização, foi criada uma comunidade circular de prática reunindo especialistas, casos de sucesso e aprendizados de diferentes setores, ramos de negócios, funções e mercados. O objetivo da iniciativa é garantir que a economia circular seja incorporada em todas as etapas da cadeia de valor.